9.3.18

Economia na UE está a "crescer robustamente", apesar de 11 países ainda apresentarem desequilíbrios

in Diário de Notícias

A Comissão Europeia considera que a economia comunitária está a "crescer robustamente", mas identifica ainda 11 Estados-membros com desequilíbrios económicos, três dos quais "excessivos", grupo no qual já não está incluído Portugal.

No quadro do 'pacote de inverno' do 'semestre europeu' de coordenação de políticas económicas, o executivo comunitário publicou hoje relatórios com a sua análise anual à situação económica e social e principais desafios em cada Estado-membro, bem como a análise aprofundada aos mesmos 12 Estados-membros nos quais foram identificados desequilíbrios macroeconómicos no ciclo anterior, concluindo que, entre estes, apenas a Eslovénia já equilibrou as suas contas públicas, enquanto Portugal, Bulgária e França saíram do patamar de "desequilíbrios económicos excessivos".

Apontando que os 11 países ainda com desequilíbrios continuarão sujeitos a uma monitorização específica -- o que implica um diálogo reforçado com as autoridades nacionais, missões técnicas e relatórios de seguimento -, Bruxelas divide-os em dois grupos, considerando que Alemanha, Bulgária, Espanha, França, Holanda, Irlanda, Portugal e Suécia apresentam "desequilíbrios económicos", enquanto Chipre, Croácia e Itália registam "desequilíbrios económicos excessivos".

A Portugal e Bulgária, que registaram um desagravamento da sua condição, passando de "desequilíbrios económicos excessivos" a "desequilíbrios económicos", assim como a França, a Comissão Europeia sublinha a necessidade de prosseguir esforços complementares com vista a uma "correção sustentável dos desequilíbrios", pedindo a Lisboa que apresente em abril um Programa Nacional de Reformas "ambicioso".

O executivo comunitário não identifica, todavia, qualquer país com o grau mais grave de "desequilíbrios excessivos com ação corretiva".

No cômputo geral, Bruxelas sublinha que a análise aos 27 Estados-membros -- a Grécia está excluída deste exercício dado estar sob programa de assistência -- permite concluir que a economia está "a crescer robustamente", com as perspetivas económicas otimistas a coincidirem com as melhorias no mercado laboral e na situação social.

"Isto reflete as reformas empreendidas pelos Estados-Membros em anos recentes e proporciona uma janela de oportunidade para um aprofundamento da resiliência das economias e das sociedades comunitárias", destaca a nota comunitária.

Pelo lado negativo, o executivo comunitário nota que a recuperação económica não está a beneficiar igualmente os cidadãos no âmbito social e que as debilidades estruturais estão a atrasar o crescimento em alguns Estados-Membros e, consequentemente, a convergência com o crescimento da UE, e recomenda que os países comunitários aproveitem este momento para fortalecer as fundações das suas economias.

A comunicação de hoje da Comissão Europeia ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Banco Central Europeu e ao Eurogrupo, divulgada no final da reunião do colégio de comissários, alerta para os riscos remanescentes da crise, salientando as elevadas dívidas públicas existentes em alguns Estados-Membros, o desemprego jovem e de longa duração, o rendimento familiar abaixo do nível pré-crise e o aumento do risco de pobreza e exclusão social.