20.2.18

Um milhão de crianças por ano morrem no dia em que nascem

TSF

UNICEF lança apelo mundial para resolver problema com décadas que podia ter mas não tem solução à vista.

Dois milhões e 600 mil bebés morrem por ano antes de completarem o primeiro mês de vida, entre eles um milhão que morrem no mesmo dia em que nascem. A conta é avançada pela UNICEF, a agência das Nações Unidas que olha para a defesa dos direitos das crianças e lança agora um apelo aos governos para que resolvam um problema que tem diminuído pouco nas últimas décadas.

O relatório que suporta o apelo da Unicef revela que vários países de língua oficial portuguesa estão no topo da lista negra da morte de recém-nascidos. Portugal volta a surgir na lista de países com menos mortalidade neonatal, mais precisamente o 17º numa lista com 184 países. Em Portugal, 1 criança entre 476 falece antes de completar um mês de vida.

Guiné-Bissau, Angola e Moçambique na lista negra
No outro extremo, a Guiné-Bissau é o 6º país do mundo com mais mortalidade antes de se completar um mês de vida: 1 em cada 26 crianças. Angola é o 19º (1 em 34), Moçambique o 24º (1 em 37) e Timor-Leste o 47º (1 em 46).
Melhor classificado está Cabo Verde com 1 morte por cada 98 crianças (93º lugar no ranking). No relatório da UNICEF que serve para lançar um apelo ao Mundo, a agência da ONU sublinha que "todas as vidas contam e é urgente pôr fim à morte de recém-nascidos" pois "o número global de mortes de recém-nascidos continua a ser extremamente elevado, sobretudo nos países mais pobres do mundo".

"O Mundo está a falhar com os recém-nascidos"

O relatório revela que mais de 80 por cento das mortes entre recém-nascidos devem-se à prematuridade, complicações durante o parto ou infeções como a pneumonia e septicemia, casos que "podem ser evitados através do acesso a parteiras com formação adequada, juntamente com soluções com eficácia comprovada, como água limpa, desinfetantes, a amamentação durante a primeira hora de vida do bebé, contacto pele-a-pele e uma boa alimentação".

A UNICEF defende que "o Mundo está a falhar para com os recém-nascidos" e acrescenta que "os bebés que nascem nos países mais desfavorecidos têm uma probabilidade de morrer no primeiro mês de vida 50 vezes maior que os outros bebés".

Os bebés nascidos no Japão, na Islândia e em Singapura têm as melhores probabilidades de sobrevivência, enquanto que os que nascem no Paquistão, na República Centro-Africana e no Afeganistão estão na posição inversa.