16.8.17

Mário Centeno. “Crescimentos entre 2% e 2,5% são possíveis e desejáveis”

in RR

A economia portuguesa voltou a crescer 2,8% no segundo trimestre de 2017 face ao mesmo período do ano passado.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirma que Portugal deve apontar para crescimentos entre 2% e 2,5% nos próximos anos e assim acabar com os crescimentos anémicos das últimas décadas.

“Crescimentos entre 2% e 2,5% são possíveis e desejáveis”, disse Centeno na conferência de imprensa, esta segunda-feira, em que analisava as contas do país no primeiro semestre deste ano.

Mário Centeno disse que o crescimento em Portugal será duradouro e é sustentável. Enalteceu o trabalho orçamental de Portugal na comparação com outros países da União Europeia. “Não há outro caso em que o défice tenha diminuído e o crescimento aumentado como em Portugal”, afirmou o governante. "A nossa economia cresce pelo 15.º trimestre consecutivo", acrscentou.

A economia portuguesa voltou a crescer 2,8% no segundo trimestre de 2017 face ao mesmo período do ano passado e, comparando com o trimestre anterior, cresceu 0,2%.

O crescimento em cadeia teve uma redução em relação ao trimestre anterior. Uma das razões mais fortes foi a redução das exportações no segundo trimestre. O ministro das Finanças contextualizou a quebra. “As exportações cresceram acima de 10% no primeiro trimestre e no segundo houve uma desaceleração, mas isso advém de um crescimento muito grande nos primeiros três meses do ano", disse.

Questionado se estes números possibilitariam a um maior desafogo na preparação do Orçamento do Estado de 2018, Centeno deu a entender que isso não se verificará.

“Estamos a preparar o cenário macroeconómico para 2018, as projecções têm sido feito de forma muito prudente. O próximo ano vai ser preparado no mesmo contexto. Há medidas que são muito relevantes e que estão previstas desde o início, como devolução de rendimentos aos trabalhadores com rendimentos mais baixos”, avançou Centeno, acrescentando que, no caso das pensões, vai ser cumprida a lei de bases que prevê um aumento indexado à inflação e crescimento.

Em relação ao desemprego, Centeno disse que Portugal tem mais 160 mil empregos e menos 90 mil desempregados, e que a taxa de desemprego está agora nos 9%.

O Governo estima que o peso da dívida se reduza para 127% do PIB no final do ano.